quinta-feira, 25 de junho de 2015

ALGUNS PONTOS

Taiasmin Ohnmacht


Vivo quase assim
Sou o meio, nunca o fim
E se algo começou
Não foi aqui.

Tenho um amigo que se chama Messias
Certo dia, me salvou de um retiro
E me levou pro motel Botafogo
Que alívio!


Não sei se me caso
Ou se belisco a bunda
Dos homens que passam
Tenho alguns pontos A à Z
E nenhum cabaço
Nem vergonhas
Nem temores


Fofocas, sutiãs e salto alto
Queimo com palitos de fósforo
Emprestados
Dizem que tenho um namorado
Mas ainda gosto do Messias
E do motel

Tenho pernas e umbigo
Sabes o que há comigo?
Se souberes me conta ao ouvido
Quero me perder em segredos

Néctar nebuloso
Mareja teus olhos castanhos
Sou náufraga em águas estranhas
Mas repleta desse olhar


Figuras me cobram
Forma e fundo
Vá cobrar outro, ô peste!
Não tenho medo de cobras.

Tenho uma ferida que me fode
E fode

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