domingo, 24 de dezembro de 2023

SIGO

 



Taiasmin Ohnmacht


sigo sossegada

um caminho

piloto automático

sigo

piloto automático

caminho sossegada

sigo

piloto sossegada

um caminho automático

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

THE HORROR

 

Taiasmin Ohnmaht


When I was young, my father left us. At the time I didn't want to die, I understood that life must go on, but now I want to. Never in my life have I felt such sadness and pain. I think that dad resurrected to die again. So then, I will be there anew, wide-eyed and I’ll have a lump in my throat like a picture that immortalizes a moment of horror.

My name is Célia, but I’d like another name. Any name, I don’t care. I just don’t want to answer when someone calls me.

Now I’m an adult woman, close to old age. My time is near the end. And now, just now, my dead father returns. Not in his best days, but in pieces, suffering, he is not my father. It is the death itself, the death in the flash dad.


Texto produzido durante aula de inglês com a professora Adriana Lima (Savita).

sábado, 29 de julho de 2023

NÃO HÁ AMANHÃ

Taiasmin Ohnmacht


Não há amanhã
A repetição do ontem
O eterno retorno
Abutre que não se sacia de passado
Não há amanhã
A ordem das coisas
Confusão de mortos e lixos
A ordem das coisas
Ciranda
Sucessão de lugares
Os mesmo da mesma forma
Não há amanhã
O hoje é uma constatação
De tanto ontem que se demora

ZUM ZUM

 



Taiasmin Ohnmacht

Zumbi dos meus ouvidos
Zumbi sussurra
coragem e liberdade
zum zum zum
contínuo
Zumbi do recuerdo
os planos de fuga
zumbido a noite inteira
sonhos de dignidade




INVASÃO





Taiasmin Ohnmacht

pensamentos ocupados
movimentos sociais
resistências antifascistas
se cruzam
multidões se encontram
cenários explodem
escorre de meu crânio
o mundo todo
em espasmos
em revoltas
balanço a cabeça para que caiam
os tolos
os perversos
os muros
mas minha cabeça dói
enquanto sustenta meus olhos
esbugalhados

sábado, 13 de agosto de 2022

Dança!

 




Taiasmin Ohnmacht


O que é um corpo? O quanto de um corpo sou eu? O corpo preto dança, e sua dança interroga: qual o lugar de um corpo? Ora, eu não sou só um corpo, escutamos em bom português essas falas ciosas de seu valor.

Eu sou ciosa do meu movimento em braços e pernas. Faço mesmo a palavra dançar, sou oração: prece e frase. E minhas palavras têm alcance de braços e agilidade de pernas.

Não há espírito sem corpo, natureza sem corpo, inteligência sem corpo, palavra sem corpo.

Vida.

O corpo negro desnuda o cristo triste. O corpo pão e vinho, a antropofagia sagrada. O supremo sacrifício. Triste por quê? É uma felicidade ser divino. Cristo deveria dançar, aprender com os orixás.






quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Ano Novo

 então é isso: gesta e nasce

porque se tens algum poder

é o de engravidar-se

Taiasmin Ohnmacht